quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Processando Informações



Durante toda uma vida recebemos bastante informações e conhecimentos por meio de livros, revistas, pessoas e até mesmo lugares que visitamos. Toda essa informação fica armazenada em nossa memória ou ao que temos acesso a elas, porém muitas vezes esquecemos alguns dados ou passamos a não ter muita certeza da confiabilidade de certas informações. Talvez num futuro próximo os computadores poderão nos ajudar a utilizar de forma melhor o acesso a essas informações de forma instantânea.

Lendo a coluna da Alessandra Lariu na Revista Info de setembro, me deparei com alguns questionamentos de seu texto quanto a uma dieta digital de informações. Vivo me policiando em relação as prioridades de leitura diária e procuro também priorizar algumas horas de meu dia para leituras específicas, sem deixar que nuggets de informações me atrapalhem durante minha jornada.

Em sua coluna ela aponta uma certa preocupação quanto ao comportamento das pessoas diante de tantos dados e tantas informações e o tempo que nos dedicamos ou perdemos diante de tantas opções e variedades. Pelo menos foi o que eu pesquei um pouco de seu texto ou o que me fez refletir. E a frase final foi bem mais impactante pra mim: "Afinal de contas, é mais importante processar informações do que ser processado por elas".

Há alguns anos venho desenvolvendo um banco de dados com materiais multimídia que tenho. São centenas de textos, livros, artigos, apostilas, livros, filmes, documentários, séries, músicas, shows, revistas e inclusive fotos que tirei ao longo dos últimos quase 20 anos. É uma tarefa árdua, mas não tenho meta para terminá-la, e isso faz com que não me angustie com a gigantesca quantidade de dados. Todos esses dados são informações que adquiri nos últimos quase 25 anos. São informações que fizeram parte de meu crescimento e de minha vida.

 Durante os primeiros anos me dediquei basicamente a inserir estes dados de forma a catalogar o máximo de informações de determinada coisa. Ultimamente tenho me dedicado a cruzar estas informações.

Proponho um exercício. Pense num tema que você considera interessante no momento. Quantos livros você tem sobre este tema? Se você tem mais de 200 livros talvez tenha que pensar um pouco mais. Será que tem alguma revista sobre este tema? Filmes? Documentários? Música? Quanto maior o leque de opções, mais difícil fica de termos certeza se temos este tópico entre as coisas que possuímos. E mesmo que lembremos que temos, onde está aquela apostila excelente que você leu na faculdade com determinado escritor que falava muito bem sobre este tema? Muitas vezes temos acesso a determinadas informações que naquele determinado momento não nos interessam tanto, mas que podem ser úteis no futuro.

Recentemente li James Joyce pela primeira vez. Há anos sei de sua importância como clássico, mas nunca tinha parado pra ler um livro e me encantei com sua escrita ao ponto de elevá-lo ao nível de escritores de peso como Dostoievski e Goethe. Acabei buscando por informações em minha planilha e descobri que tinha um documentário, revistas e artigos sobre o escritor que me fizeram buscar a entender melhor sua obra.

É óbvio que algumas informações podem ser acessadas apenas googleando na internet, mas artigos, revistas, textos de faculdade e até alguns documentários podem não estar disponíveis. Sem este banco de dados eu nunca lembraria onde tenho estes materiais ou se algum dia os tive nos últimos 25 anos. É um tipo de mecanismo muito útil a professores ou a quem curte relembrar referências de materiais que se tem interesse. Poderia-se criar QR codes em livros e revistas ou mesmo em arquivos digitais para estes bancos de dados possam ser criados mais facilmente e assim facilitar em muito o trabalho de catalogação e o acesso de nossa memória às informações importantes. Estas conexões facilitam muito o trabalho de referência, memória e acesso a informações de forma prática.


Exemplo de gráfico gerado do acervo levando em conta: livros, artigos, filmes e documentários, revistas e recortes.